葡萄牙语!葡萄牙总统2017年新年贺词

葡萄牙语!葡萄牙总统2017年新年贺词

2017-01-02    07'39''

主播: 七彩风车葡萄牙语

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介绍:
微信公众号:puyuketang 音频名称: 葡萄牙总统2017年新年贺词 A mensagem de ano novo do Presidente da República 2017 Marcelo Rebelo de Sousa 演讲内容: Há quase dez meses, ao tomar posse, recordei a nossa vocação de sempre, que é a de sermos mais do que dez milhões que vivem num retângulo na ponta ocidental da Europa. Somos e temos de ser uma plataforma entre culturas, civilizações e continentes, espalhados pelo mundo, capazes de criar diálogo, fazer a paz, aproximar gentes. Para isso, defendi mais e melhor educação, maior coesão, ou seja, menores desigualdades, capacidade de nos unirmos no essencial, em clima de estabilidade social e política, responsáveis mais isentos e próximos daqueles que devem representar. E, também, finanças públicas rigorosas, sistema bancário mais sólido e crescimento económico capaz de criar riqueza e de permitir o combate ao risco de pobreza, e mais justa repartição dos rendimentos. O ano de 2016 chegou ao fim. Será que conseguimos dar passos em frente no caminho pretendido? É indesmentível que tivemos estabilidade social e política, que alcançámos um acordo sobre salário mínimo, que os dois Orçamentos do Estado mereceram, a aceitação da União Europeia, que cumprimos as nossas obrigações internacionais, que trabalhámos para reforçar o sistema bancário, que compensámos alguns dos mais atingidos pela crise, e que houve, da parte de mais responsáveis, uma proximidade em relação às pessoas, ao cidadão comum, partilhando os seus sonhos e anseios, as suas angústias e desilusões. Quer isto dizer que demos passos – pequenos que sejam – para corrigir injustiças e criámos um clima menos tenso, menos dividido, menos negativo cá dentro e uma imagem mais confiável lá fora, afastando o espetro de crise política iminente, do fracasso financeiro, da instabilidade social que, para muitos, era inevitável. Tudo isto foi obra nossa – nossa, de todos os Portugueses. No entanto, ficou muito ainda por fazer. O crescimento da nossa economia foi tardio e insuficiente. Alguns domínios sociais sofreram com os cortes financeiros. A dívida pública permanece muito elevada. O sistema de justiça continua lento e, por isso, pouco justo, a começar na garantia da transparência da política. O ambiente nos debates entre políticos foi mais dramatizado do que na sociedade em geral. Mas, tudo visto e somado, o balanço foi positivo. Entrámos em 2016 a temer o pior. Saímos, a acreditar que somos capazes do melhor. Numa palavra, aumentámos o nosso amor-próprio como Nação e ganhámos fôlego na formação para um novo tempo, com a Cimeira Digital, na presença constante junto dos compatriotas que, fora do nosso território físico, pertencem ao nosso território espiritual, como no 10 de Junho, em vitórias, por natureza, raras – de que o Euro foi feliz exemplo –, na afirmação do nosso papel no mundo, com a eleição aclamatória de António Guterres para Secretário-geral das Nações Unidas. Quando queremos, nos unimos no fundamental, e trabalhamos com competência, com método e com metas claras – somos os melhores dos melhores. E cumprimos o nosso destino, fazendo pontes, aproximando povos, chegando onde outros não chegam. Começa hoje um novo ano. Neste tempo que se abre, temos de reafirmar os nossos princípios e saber o que é preciso fazer primeiro. Os nossos princípios: acreditamos nas pessoas, no respeito da sua dignidade, das suas diferenças, dos seus direitos pessoais, políticos e sociais; acreditamos na democracia; acreditamos no Estado Social; acreditamos no dever de construir a solidariedade e a paz, e de lutar contra o terrorismo, na Europa onde nascemos, na Comunidade que fala português que ajudámos a criar, no Atlântico que atravessámos, nos novos mundos onde estivemos e estamos e queremos unir cada vez mais. À luz destes princípios, o caminho para 2017 é muito simples: não perder o que de bom houve em 2016 e corrigir o que falhou no ano passado. Não perder estabilidade política, paz e concertação, rigor financeiro, cumprimento de compromissos externos, maior justiça social, formação aberta ao mundo, proximidade entre poder e povo. Mas, ao mesmo tempo, completar a consolidação do sistema bancário, fomentar exportações, incentivar investimento, crescer muito mais, melhorar os sistemas sociais, mobilizar para o combate à pobreza, sobretudo infantil, e curar de uma Justiça que possa ser mais rápida e, por isso, mais justa. 2016 foi o ano da gestão do imediato, da estabilização política e da preocupação com o rigor financeiro. 2017 tem de ser o ano da gestão a prazo, e da definição e execução de uma estratégia de crescimento económico sustentado. Aprendendo a lição de que, no essencial, tivemos sucesso quando nos unimos. E assim será em 2017. Ao recebermos o Papa Francisco. Ao celebrarmos 40 anos sobre a igualdade entre mulher e homem, na família, no Código Civil. Ao comemorar os 150 anos de abolição da pena de morte. E, sobretudo, ao construirmos um País melhor. Recordando, com saudade os que partiram em 2016, e foram muitos, desejo do fundo do coração as maiores venturas a todos os Portugueses, onde quer que vivam, incluindo os que se encontram em missão no estrangeiro, e também àqueles, que dos quatro cantos do mundo, chegaram e chegam à nossa terra. Com esperança. Com confiança. Com Paz. Acreditando sempre em nós próprios. Acreditando sempre em Portugal! Um bom 2017.